quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Xangô/São Jerônimo

São Jerônimo, sincretizado como Xangô no Brasil, nasceu de uma família abastada, provavelmente no ano 331, na cidade de Stridova, entre a Croácia e a Hungria. Estudou em Roma, Especializando-se na arte da oratória. Como sua juventude fora dedidacada à vida mundana, Jerônimo tardou a ser batizado e, em carta ao papa, ele vislumbrou para si um batismo de fogo no qual suas máculas seriam queimadas. Após ter copiado dois livros de Santo Hilário, ele decidiu estudar teologia. Mas sua leitura favorita continuava a ser a literatura dos grandes legisladores e oradores, como Cícero.
Aos 43 anos, ele esteve muito doente e permaneceu muito tempo acamado; durante a Quaresma, jejuou e teve alucinações, vendo-se diante do trono do Senhor. E o Grande Juiz perguntou-lhe: "Quem sois vós?" "Um Cristão", respondeu ele em transe. "Vós, mentis", replicou Deus, "Vossa arte é a do Cícero". A partir daí, Jerônimo devota-se aos ensinamentos critãos, sem  contudo abrir mão dos estudos clássicos.Dedica-se a uma vida monástica, isolando-se no deserto de Marônia, em Chalsis, na Síria, um lugar que ele descreve como "queimado pelo calor do Sol". Livros, nanquim e penas de escrever são seus companheiros. Para combater fantasias libinosas, ele estuda o idioma hebraico, no qual, a duras penas, torna-se um mestre. Ele é importunado em seu retiro espíritual pelo Vaticano, que o requisita para reforçar a reação à onda de cismas que, então, abalavam a Igreja. Em 337, ele sai da reclusão, retornando a Antioch, onde é ordenado padre, iniciando assim uma "carreira" que faria dele um dos principais teóricos do cristianismo, autor da retradução oficial do Velho Testamento e orador da causa da integridade da Igreja, cujas polêmicas filosóficas com Santo Agostinho ficaram famosas.
Porém, seu temperamento ardente e crítico causaria algumas rusgas com burocratas do Vaticano, motivo por que ele novamente se retira em terras distantes, desta feita dedicando-se também a ensinar as virtudes da vida monástica a duas discípulas mulheres, Santa Paula e Santa Marcela. Paula, sua mais frequente companheira de viagem, fundaria mais tarde um convento em Belém.
A analogia entre São Jerônimo e Xangô parece bastante evidente, na medida em que ambos têm forte ligação com a justiça e com as leis que regulam a ordem dentro de um organismo social; ambos têm a trajetória marcada pelo amor aos prazeres da carne e a constante presença de mulheres, sendo com elas sua mais frequente parceria; ambos têm analogia com o elemento fogo, que lhes confere temperamento quente, fazendo com que não meçam consequências quando se trata de lutar pelo que crêem ser justo. Seus altares ao ar livre são construidos sobre rochas.

Características dos Filhos de Xangô
É muito fácil reconhecer um filho de Xangô apenas por sua estrutura física, pois seu corpo é sempre muito forte, com uma quantidade razoável de gordura, apontando a sua tendência à obesidade; mas a sua boa constituição óssea suporta o seu físico avantajado.
Com forte dose de energia e auto-estima, os filhos de Xangô têm consciência de que são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua opinião é para encerrar definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora nunca esteja só, a solidão é um de seus estigmas.
Conscientemente são incapazes de serem injustos com alguém, mas um certo egoísmo faz parte de seu arquétipo. São extremamente austeros (para não dizer sovinas), portanto não é por acaso que Xangô dança alujá com a mão fechada. Gostam do poder e do saber, que são os grandes objetos de sua vaidade.
São amantes vigorosos, uma pessoa só não satisfaz um filho de Xangô. Pobre das mulheres cujos maridos são de Xangô. Um filho de Xangô está sempre cercado de muitas mulheres, sejam suas amantes, sejam suas auxiliares, no caso de governantes, empresários e até babalorixás, mas a tendência é que aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre homens.
Os filhos de Xangô são obstinados, agem com estratégia e conseguem o que querem. Tudo que fazem marca de alguma forma sua presença; fazem questão de viver ao lado de muita gente e têm pavor de ser esquecido, pois, sempre presentes na memória de todos, sabem que continuarão vivos após a sua ‘retirada estratégica’.

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