quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Santa Barbara/Iansã

Oiá ou Iansã dirige o vento, as tempestades e a sensualidade feminina. 
É a senhora do raio e soberana dos espíritos dos mortos,  que encaminha para o outro mundo.
Correspondência com os santos católicos:  Santa Bárbara.
Pataki de Oya com Ogun
Senhora dos ventos e tempestades, relâmpagos proprietário, esposa de Xangô principal, guia as almas dos mortos (eguns). Seu dia é quarta-feira, usa roupa marrom e vermelho escuro e algumas vezes com o branco, ou branco sozinho, segundo os seus caminhos. O guia de contas de seus filhos é marrom escuro. Seu Brado (saudação): Eparrey!



LENDA 1
A tragédia de Bárbara começa quando esta se recusa a casar-se com o homem escolhido por seu pai, Dióscoro. Ser esposa de Deus era a sua escolha. Tamanha insubmissão ao poder patriarcal, por volta do ano 225, na antiga região da Nicomédia, também conhecida como Ásia Menor, era considerada uma ofensa sem par. O pai a encerra numa torre e se ausenta. Ela então abre com os próprios dedos uma terceira janela numa das colunas de mármore de uma sala de banhos recém-construída. As águas da piscina tornam-se milagrosas, curando enfermidades. Não satisfeita, destrói todos os ídolos que seu pai adora. Adquire superpoderes, transformando malfeitores em pedras, animais ou vegetais. Seu nome torna-se conhecido por todos, multidões a seguem e outros tantos fogem ao vê-la passar.
Dióscoro retorna e exige de Bárbara uma explicação. Ela o informa que as três janelas simbolizam a Santíssima Trindade e a morte de Cristo, de quem recebera seus poderes mágicos. Não convencido, o pai procura uma espada para matá-la. Ela foge. Mais tarde, é entregue às autoridades da religião oficial local, que a obrigam a abjurar sua nova crença. Como ela negasse, eles a torturam. Seu corpo é quase dilacerado, mas o Senhor a visita durante a noite e, no dia seguinte, ela se apresenta ilesa diante do juiz Marciano, declarando que Jesus a havia curado. Rasgam-lhe as carnes com instrumentos de ferro, queimam-na com tochas acesas, golpeiam-na sua cabeça com martelos, cortam-lhe os seios...por fim, obrigam-na a desfilar nua pelas ruas. Quase sem forças, Bárbara implora ao Senhor que a poupe dessa vergonha... E um anjo desce do céu cobrindo-a com uma capa de luz. Mas ela é condenada a morrer decapitada e o pai se oferece para ser o degolador. No momento mesmo em que seu pai e carrasco ergue a espada, Bárbara pede a Deus que, dali em diante, todo aquele que invocasse no momento da morte fosse salvo. Após executar a sentença, tendo já degolado a filha, Dióscoro desce a montanha, sendo fulminado por um raio. Marciano, o juiz que a sentenciara, morre pouco depois da mesma maneira.
Percebe-se o elo de Santa Bárbara com Iansã tanto por ambas terem conexão com o fogo do céu (raio), como por representarem um arquétipo de mulher insubmissa. Escolhendo Jesus como noivo, Bárbara ousou dispor livremente de seu próprio magnetismo feminino. Em linguagem mais moderna, ela estaria assumindo o controle da própria sexualidade, elegendo como futuro companheiro o arquétipo do homem superior, espiritualizado, apesar de sua escolha contrariar os interesses e valores do grupo social a que pertencia. No caso de Iansã, é Xangô, o patrono da justiça, a figura masculina com quem ela se encontra mais frequentemente associada.


LENDA 2
Um rei tinha uma filha chamada Ala. Ele queria casá-la com um príncipe poderoso. No entanto, a princesa já tinha um amante e do amante ela esperava um filho. Sabedor do fato, o rei resolveu matá-la. Numa barca, levou a princesa até o meio do rio, do rio onde vivia Oxum. Jogou a princesa no meio do rio, a casa de Oxum. O rei tinha um papagaio que o acompanhava sempre. O papagaio tudo presenciou.
Tempos depois, alguns pescadores viram uma caixa boiando no rio. Foram ver de perto e dentro tinha uma criança Assustaram-se com o que viram. Temerosos, abandonaram o seu achado  na margem do rio. Pelo mesmo lugar passou outra embarcação e seus ocupantes foram atraídos pelo choro da criança. Os viajantes acabaram recolhendo a criança e a levaram a presença do rei.
O rei ficou feliz com o presente e resolveu apresentar a criança  ao povo como sendo filha sua. Ele sentia falta da filha que afogara, sentia-se sozinho.
deu uma festa para apresentar a nova filha que adotara. Quando todos estavam reunidos o papagaio contou-lhes acerca  de todo o sucedido. Disse que a menina havia nascido na casa de Oxum. Portanto, deveriam devolvê-la ao rio. O rei então se deu conta de que a menina era sua neta e devolveu-a ao rio onde nascera.
A criança cresceu protegida por Oxum.ESTA MENINA ERA YANSÃ

LENDA 3
Oiá desejava ter filhos, mas não podia conceber.
Oiá foi consultar um babalaô e ele mandou que ela fizesse um ebó.
Ela deveria oferecer um carneiro, um agutã, muitos búzios e muitas roupas coloridas.
Oiá fez o sacrifício e teve nove filhos.
Quando ela passava, indo em direção ao mercado,  o povo dizia:
"Lá vai Iansã".
Lá ia Iansã, que quer dizer mãe nove vezes.
E lá ia ela orgulhosa ao mercado vender azeite-de-dendê.
Em sinal de respeito, por ter seu pedido atendido,
Iansã, a mãe de nove filhos, nunca mais comeu carneiro


LENDA 4
MAIS UMA LENDA de Iansã

A história de Iansã Oiá, literalmente, "aquela que rasga", e que eu reconto aqui :

Iansã Oiá tinha um pai adotivo e vivia com ele na mata. Ele era o maior de todos os caçadores.Um dia, morreu e deixou Oiá muito triste.

Ela decidiu que queria fazer uma homenagem para o pai.Embrulhou seus pertences de caça num pano, preparou suas iguarias favoritas.E dançou e cantou por sete dias, espalhando seu vento por toda parte e fazendo vir todos os caçadores da terra.

Na sétima noite, embrenhou-se na mata e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de seu pai.Olorum, que sempre vê tudo, ficou comovido.

Fez da jovem Iansã guia dos mortos no caminho sagrado, Orum Aiê e mãe dos espaços dos espíritos.

Fez de seu pai, Odulecê, um orixá.E do gesto de Oiá, o ritual ao qual todos os mortos têm direito: comidas, cantos, danças e um espaço sagrado...

Iansã teve muitos homens e de cada um ganhou uma coisa importante:

De Ogum, o ferreiro divino, ganhou nove filhos e o direito de usar a espada para defender-se e defender os outros;

De Oxaguiã, o jovem construtor, ganhou um escudo para proteger-se dos inimigos;

De Exu, o mensageiro, ganhou o direito de usar a magia e o poder do fogo para realizar desejos;

De Oxóssi, o caçador, ganhou o saber da caça para alimentar seus filhos;

De Logun Edé, o senhor das matas, ganhou o direito de tirar das cachoeiras os frutos d' água para seus filhos;

Com Xangô, o juiz, viveu o resto da vida e ganhou dele o poder do encantamento, o posto da justiça e o domínio dos raios.

Um dia, houve uma festa, todos os orixás estavam presentes.

Omulu-Obaluaê, o temido orixá das doenças, chegou vestido de palha. Ninguém o reconheceu e nenhuma mulher quis dançar com ele.

Mas eis que, de repente, Oiá-Iansã entra na roda e atrave-se a dançar com o Senhor da Terra.E tanto girava que levantou o vento, e o vento descobriu a palha de Omulu.

Todos puderam ver o quanto ele era belo.E o reverenciaram.Ele ficou tão grato que fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos, Oiá Igbalé, a condutora dos eguns, os espíritos dos mortos).E ela dançou de alegria a sua dança que convoca o vento.

As filhas de Iansã devem ser assim, apaixonadas, amantes dos temporais, amazonas de ventanias.


LENDA 5
Ogum foi fazer, uma caça,estava com o animal na mira de sua arma para derrubar um búfalo enorme, e de repente vê-se que a pele do animal se abre e ele  vê a Oya linda! Linda, ricamente vestida e cheia de ornamentos que valorizavam a beleza e sensualidade. Ela pega a pele do búfalo e se escondeu em um formigueiro, dai saiu e dirigindo-se para a cidade. Ogum a seguiu e completamente dominado pela beleza de IANSÃ, propõe casamento, que não foi aceite pelo oya. Ogum, em seguida, retornar ao local onde a viu pela primeira vez, e em não desistir e levar a pele de búfalo e guarda para si mesmo, retornando para a cidade, estava determinado a ter a seu lado Oya custe o que custar e não dar por vencido. Quando Oyá, descobriu o roubo da pele volta à cidade e encontra Ogum esperando por ela, ela o acusa e exigiu o que era seu e nada Ogum, finge não entender nada. Oya sente que tem que se render e aceitar a proposta, Ogum não se renderam em sua primeira rejeição, se você quiser os seus pertences de volta. Mas impõe condições: - Ninguém nunca poderia saber o segredo que ela tinha e que ele compartilhava apenas com ele, ele nunca deve revelar a ninguém, nem contar a ninguém. Ogum aceitou os termos e Ogum  casaram-se.E Ogun não estava sozinho e tinha outras mulheres junto de Ogum, que ficou com ciúmes da bela Oyá. ambas foram de um guerreiro mulher de grande caráter , orgulhosos impetuoso, mas com um amor tão grande entre os dois que deram oya Ogoni 9 crianças e mesmo  Ogum tendo preferido oyá , outras mulheres decidiram tomar uma atitude. Para intoxicar com vinho de palma Ogum Ogum tinha esse vício, e que ficou bêbado para dizer-lhes o segredo de Oya. Ele, então, contou de ser dela da oyá um chifre de animal e tambem que sua pele, chifres e cascos eram de oyá. Oyá fingiu que não era dela, mas quando deixado sozinha, ele correu até o local e encontraram seus pertences. Vestiram-se e perfeitamente ajustado, volto a força do animal e raiva para as outras mulheres atacadas e mortas. Desapontado com a traição de Ogum e sua falta de confiança, chorando de raiva por ele ter revelado seu segredo, a decepção,o  amor e pretendia voltar para a floresta, mas seus filhos a chamavam de volta. Ela então pegou seus chifres e deu-lhes, dizendo-lhes que se eles nunca precise, mas se precisar e somente eles  bater uns nos outros e ela iria surgir a partir do vento para defendê-los. Ogun nunca poderia se perdoar por ter falado o segredo de Oya.

Características dos Filhos de Iansã

Para os filhos de Iansã, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.
São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.
Essas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; seu gênio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.
Seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.

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